Total de visualizações de página

sábado, 26 de junho de 2010

OS JOVENS: MAIS ALEM DA EDUCAÇÃO 2/2

O que fazer

Wolfgang Kellert




Várias situações foram importantes para que os jovens começassem a despertar a consciência:


  • Escutá-los com uma grande atenção, e fazer com que eles tomassem as rédeas da conversação, em uma conversa totalmente horizontal.
  • Nada de julgamentos no momento das “confissões”, a não ser compartilhá-las, baixando o tom de gravidade de seus atos com o puro afã de anestesiar a dor. Não obstante, com uma profunda e desapegada compreensão de nossos erros e entrando na confiança de “comigo aconteceu o mesmo”.
  • Ser cúmplices.
  • Rir com eles, e ver o bom nos acontecimentos ruins. Fazer-lhes ver que por pior que pareça a situação, tudo está bem, porque é o sinal que nos ajuda a crescer.
  • Compartilhar seus gostos, que nos ensinem sobre eles, e até que nos dêem conselhos.

Estes resumidos pontos, que a primeira vista podem resultar óbvia, podem ser manejados com facilidade por um psicólogo, ou por alguém que se dá conta de uma comunicação horizontal. Não obstante é simplesmente o começo da aventura, algo que vai mais alem de “tratar o jovem com tato e amistosamente”. Trata-se de “entrar em contato com alma do jovem”, de mostrar-lhe sua pluridimensionalidade; de fazer-lhe dar-se conta de sua superioridade, não em termos de ego, senão de criação suprema. Que tudo o que acontece no mundo externo é produto de seu interior, de sua própria criação, consciente ou não.

Que é capaz de transcender, que pode eliminar tudo aquilo que tem sido motivo de tristeza ou preocupação, tão somente por conectar-se consigo mesmo. É fazer-lhe ver que tem mais de cinco sentidos, e que sua presença neste mundo tem um propósito que vai mais alem de ir à busca da satisfação do êxito econômico e da casa própria; que pode deixar de preencher o formulário que exige a sociedade, para o bem da mesma sociedade; e que bem “só se vive uma vez” (pelo menos uma de cada vez nesta dimensão), significa que é somente uma vez nesta vida atual para conseguir estar mais perto de Deus, já que se acreditamos realmente Nele, a morte é tão somente uma etapa em nossa verdadeira vida, e se acreditamos nisso, logicamente há uma razão mais profunda por excelência em nossa existência neste mundo, neste agora.

Nem todos têm o mesmo grau de evolução neste planeta. Cada um vem com o propósito de aprender algo, até o mais materialista… só que não são conscientes dele; e o plano da essência Índigo, é romper, justamente os esquemas tradicionais que fazem isso: não ver mais alem deste mundo. Por isso vieram seres como Jesus, que respeitaram nosso livre arbítrio, mas que nos mostraram o caminho de volta A Fonte. Quando respeitamos o processo do próximo, começamos a compreender que não podemos criticar ninguém, e muito menos julgá-lo. Como poderíamos fazê-lo, se sabemos que essa pessoa antes de nascer escolheu precisamente esse rol de situações em sua vida, para uma aprendizagem muito específica? ““É um medíocre”, “Não tem onde cair morto”, É um mulherengo”, “É um ladrão”, “Não busca a Deus”… Todas estas situações são lições escolhidas por seu Espírito antes de encarnar para aprender uma lição que vai mais alem dos Juízos humanos, mas que em todo caso, sempre tem um objetivo de depuração.

O Índigo deve compreender que sua missão é ajudar a esses seres a compreender sua lição. Isto não significa que não devam jogar nesta terra com certas regras: precisam comer, pagar o aluguel, precisam conseguir dinheiro… não como um objetivo, mas como um meio. Claro que devemos alimentar-nos, claro que precisamos de um teto. Precisamos estar vivos para viver a experiência, e para isso temos que alimentar, e para isso temos que conseguir alimento, mas chegará o dia em que a energia de que necessitam nossos corpos não provirá de carboidratos; de fato esta é uma realidade que se vai plasmando paulatinamente com a chegada do Índigo, com seu pouco comer, com seu excesso de energia. A Nova Humanidade esta se regenerando com a nova vibração, que inclusive, é imune as enfermidades.

Não se trata só de conversar com um jovem como se tratasse de ingênuo que precisa ser guiado, senão, despertar o mestre que nos ajudará a evoluir, e ele tem que sabê-lo. Não é de pai para filho, de irmã para irmão, de educador a educando; é de Eu Superior a Eu Superior; a única diferença que existe é que estão em um corpo humano mais jovem em termos de tempo linear terrestre.

Não basta dizer ao Índigo em que é diferente. Não basta explicar-lhe o por que; senão ajudá-los que entendam o para que; assim saberão sua razão de ser.

Fonte: Consciência Índigo: Futuro Presente

Fundação Índi-go Equador

Tradução: sandraferris@globo.com


terça-feira, 22 de junho de 2010

OS JOVENS: MAIS ALEM DA EDUCAÇÃO 1/2

Wolfgang Kellert



A frequencia Índigo é uma vibração na qual o planeta terra está se adaptando paulatinamente; é a frequência da Nova Era

.

A “Nova Humanidade” aprofunda naquilo que “não é concreto aos olhos comuns”, senão ao espírito. Não aprofunda na religião, senão na espiritualidade. Não busca um melhor ingresso per capita, porque não existe dinheiro que leve a Deus, não busca melhorar a saúde, porque a enfermidade simplesmente não existe na perfeição, não busca equidade de gênero, porque todos somos um, não busca reduzir a mortalidade, porque nossos corpos são simplesmente veículos. Não busca aquilo, que o ego do homem tem se empenhado em buscar, porque Deus é a ausência do ego.


Esta frequência ou vibração Índigo tem feito com que muitos jovens vivam rodeados de incompreensão e frustração ante a falta de adaptação ao sistema; porem, o que se passa com esta juventude… está em uma etapa de grande força, de muita energia, com toda a vida pela frente, com a via livre para viver toda a plenitude que o mundo oferece; seja qual for sua realidade socioeconômica, há algo para aprender e experimentar, e sempre há algo para fazer-se. Seus corpos emocionais estão desenvolvendo-se a todo vapor, e é uma etapa de grande convulsão no nível das sensações e dos sentimentos. Todo o aprendido a nível emocional durante a infância, seja bom ou mal, será a chave para dar as diretrizes de sua personalidade que é formada pelo meio ambiente influindo sobre seu temperamento. Diferentemente das crianças que ainda estão sendo “educadas”, os jovens já contam com sua autonomia. É aqui onde começa a coisa.


Abertura de consciência


Milhares de jovens, Índigo ou não, tem problemas de adaptação na sociedade, e passam a ser uma “pessoa rara”, cada qual com seus diferentes problemas, porem rara ao final. Onde radica a sensatez do assunto nesta Nova Era, com jovens, seja qual for a sua “espécie”, é simplesmente a abertura de consciência: o campo onde os Índigo julgam ser de vital importância.

Saber-se Índigo, ter faculdades psíquicas… é inútil se não se tem consciência no espiritual sentido da palavra. Saber-se Índigo pode significar um verdadeiro problema, na hora de lutar com o ego de “mestre da nova humanidade”, na hora de entrar em um fanatismo holístico, na hora de envolver-se com os dons, na hora de justificar-se… Teoricamente, um Índigo não tem esses apegos humanos. Teoricamente. Mais ainda, se esse Índigo não se interou dessa essência que ao longo dos anos tem sido contaminada pela sociedade. Há que despertá-los, há que se desconectá-los da “Matriz”, não é só eles que tem a ganhar, mas todos.


Às vezes é difícil lidar com os jovens, eles tem uma tenacidade própria da idade, uma rebeldia própria de sua consciência “naif”[1]. Sem subestimá-los, seus sonhos, suas vontades, suas euforias, suas decepções, suas ilusões, seus paixões… são próprias de um novo quadro que vai se pintando no caminho de suas vidas. O comportamento pendular é típico. Seu atuar é em função do seu animo, também. Pesa a sua autonomia, no entanto, são vulneráveis, e às vezes sua inocência beira a estupidez; porem aí está o bom, a de sua inocência e pureza, e na pureza está Deus. Não significa aproveitar-se de sua inocência, se trata de ligar essa pureza com o universo, se trata de unir essa parte deles que ainda não foi corrompida, evitando que se dirijam ao lado escuro, ao despertar sua consciência divina.


O portal de retorno


Os jovens são altamente influenciados por suas emoções, e estas, são o grande portal de retorno A Fonte; não a sua inteligência múltipla, mas o estado de não mente. Em outras palavras, há que falar-lhes com o coração. Não materialismos, não paternalismos, não com a “experiência de anos”… De alma a alma. É ser eles, é ser uno. As grandes maiorias de jovens, para não dizer todos, abrem suas portas à espiritualidade quando abordamos o tema de maneira adequada. Sem dogmas religiosos, sem mandamentos… Para a essência Índigo o conceito de culpa não existe; e o pecado, junto a toda parafernália dogmática, tem tinturas primitivas. Reconhece as conquistas sem juízos, tais como certo ou errado; faça-o com desprendimento, sem apego, somente com a finalidade da aprendizagem; com uma resposta interior as conquistas exteriores. É aí onde rompe os esquemas em todos os sentidos.


Se não se desperta a consciência Índigo (que é diferente de saber-se Índigo, ou crer um), os jovens seguirão servindo com seu brilhantismo ao sistema. De nada servirá que tenham desenvolvido uma super-inteligência, quando o que se busca é uma inteligência superior. Seria como utilizar uma Ferrari por caminhos escabrosos, ou como descobrir uma medicina para uma enfermidade que não existe.


Em linhas gerais, e sem entrar em detalhes socioeconômicos, a maioria dos jovens tem uma natural afinidade com a tecnologia e caminham tão rápido ou mais que o ritmo que leva o mundo. O acesso a informação faz com que estejam em unidade com as conquistas, e suas capacidades inatas, fazem com que surja o desejo de buscar a excelência em suas profissões; está claro que são mais inteligentes, e não somente por sua essência; mas vemos também que isso pode levá-los a uma busca e ao saborear do “mundano”, do snob, do alienado. Sua ruptura de esquemas pode levá-los a uma anarquia pseudo-espiritual, a essa incompreensão de satisfazer-se sem encontrar-se; a esse excesso de energia que não sabem em que gastá-lo; a não dar-se conta de estão prontos e para quê. A única coisa que tem claro é a dúvida. E não é somente o Índigo.


Rompedor de sistemas


Um jovem Índigo se dá conta que é rompedor de sistemas, quando descobre a si mesmo, quando compreende que este assunto vai mais alem de “uma vida decente”,quando entende que foi abençoado com dons que o elevam a vários escalões na escala evolutiva, quando se lembra que seu Nascimento nesta terra é um retorno por um bem comum e elevado. Quando se dá conta que o que carrega sobre seus ombros é uma amorosa responsabilidade. Quando se conscientiza que a revolução deve transformar-se em evolução para cegar a transcendência. Somente neste momento verá que romper com o sistema é romper com o véu da escuridão, com sabedoria, com entrega, com certeza, com amor… não com rebeldia.


Dar-se-á conta que sua desenfreada busca de experiências indiscriminadas, ou a desolação ante a incompreensão, eram simplesmente parte da crisálida. Desfrutará de estar só, de regenerar, canalizar e focalizar sua enorme energia. Ao despertar os seus sentidos sutis, sua vibração se acelerará, emanará luz, começará a abrir-se seu terceiro olho, despertará o Mestre, se fundirá com a Fonte, voltará a ser Consciência pura, e se unirá ao Todo. Assim, somente a sua presença será capaz de romper sistemas.


Aparentemente, só buscamos ajuda divina, em uma boa maioria dos casos, quando estamos com problemas. O dinheiro, a autoestima e os amores, para citar apenas alguns exemplos, são três casos típicos que levam os jovens a depressão. No entanto, são os melhores momentos para poder encontrar-se consigo mesmo. Dentro das experiências que tive em trabalhar com jovens, pude notar a ausência de uma verdadeira comunicação com os pais; se bem que muitos diziam “ter plena confiança neles”, essa confiança chegava só até aí, porque os pais se limitavam a ser isso; pais carinhosos; porem, não podia cobrir essa busca espiritual que ia mais alem da religião que se professavam em casa.


Alguns pais eram católicos vigorosos ou medianos, mas em ambos os casos não havia abertura para essa espiritualidade, também mediana dos jovens. Como que do lado paternal jazia uma religião intocável, seja por princípios, por ignorância, ou simplesmente por falta de interesse. Palavras tais como pecado ou culpa, era parte da vida, porque “assim é este mundo real”. No entanto, por desgostarem das influencias claramente cravadas nas mentes dos jovens, o interesse por aquilo que vai mais alem do comum, em termos sociais e religiosos, muitos jovens aguçavam seus sentidos por uma filosofia de vida própria a da Nova Humanidade, e mais de uma vez vi o brilho esperançoso em seus olhos. Entretanto, a cotidianidade, era o inimigo numero um que fazia com que essas conjecturas de despertar de consciência caíssem novamente na sonolência.


(Continua no próximo post)


Fonte: Consciência Índigo: Futuro Presente

Fundação Índi-go Equador


Tradução: sandraferris@globo.com



[1] Arte naïf ou arte primitiva moderna é, em termos gerais, a arte que é produzida por artistas sem preparação académica na arte que executam (o que não implica que a qualidade das suas obras seja inferior). Caracteriza-se, em termos gerais, pela simplicidade e pela falta de alguns elementos ou qualidades presentes na arte produzida por artistas com formação nessa área


segunda-feira, 21 de junho de 2010

Que pipoquem experimentos!

por Rubem Alves

A vida me ensinou que não existe nada mais inútil que projeções futurológicas: o final é sempre outro… Mas pediram que eu me aventurasse… Assim, o que vou fazer é indicar algumas das tendências “escolares” que vejo no presente e imaginar seu destino futuro.

Em primeiro lugar há “escola tradicional”. A “escola tradicional” se caracteriza por ser baseada em “programas” em que os saberes, organizados numa determinada ordem, são estabelecidos por autoridades burocráticas superiores ausentes. Os professores sabem o programa e o ensinam. Os alunos não sabem e devem aprender.

Os alunos são agrupados em turmas independentes que não se comunicam umas com as outras. A atividade de pensar é fragmentada em unidades de tempo chamadas aulas, que também não se relacionam umas com as outras. Livros-texto garantem a uniformidade do ensino. A aprendizagem é avaliada numericamente por meio de testes.

As “escolas tradicionais”, como todas as instituições, são dotadas de mecanismos para impedir as mudanças. Muitas das “escolas tradicionais” são estatais, o que significa garantia de segurança, por meio de um emprego vitalício. Mas, como se sabe, a segurança põe a inteligência a dormir.

Prevejo que, daqui a 25 anos, essas escolas estarão do mesmo jeito, talvez pintadas com cores mais alegres.

Mas, de repente, os saberes começaram a pulular fora dos limites da “escola tradicional”. Circulam livres no ar - sem depender de turmas, salas, aulas, programas, professores, livros-texto -, dotados do poder divino da onipresença: o aprendiz aperta um botão e viaja instantaneamente pelo espaço.

O aprendiz se descobre diante de um mundo imenso, onde não há caminhos predeterminados por autoridades exteriores. Viaja ao sabor da sua curiosidade, quer explorar, experimenta a surpresa, o inesperado, a possibilidade de comunicação com outros aprendizes companheiros de viagem.

Mas o fato é que ele se encontra diante de uma tela de computador. É um mundo virtual. Trata-se apenas de um meio. E é somente isso, essa alienação da realidade vital, que torna possível a sua imensidão potencialmente infinita. Mas, como disse McLuhan, “o meio é a mensagem”. E a “massagem”…

Há o perigo de que os fins, a vida, sejam trocados pelo fascínio dos meios - mais seguros e mais extensos. Fascinante esse novo espaço educativo. Não é preciso ser profeta para prever que ele irá se expandir além daquilo que podemos imaginar, especialmente em se considerando a sua ligação com interesses econômicos gigantescos. Mas é preciso perguntar: “Qual é o sentido desses meios para os milhões de pobres que não têm o que comer? E quais serão as consequências do seu fascínio virtual?”.

Há, finalmente, um florescimento de experimentos educacionais alternativos.

Por oposição ao conhecimento virtual, essas experiências de aprendizagem se constroem a partir dos problemas vitais com que os alunos se defrontam no seu cotidiano, no seu lugar, na sua particularidade. Não há programas universais definidos por uma burocracia ausente porque a vida não é programável.

Os desafios que enfrentam as crianças nas praias de Alagoas, nas favelas do Rio, nas matas da Amazônia e nas montanhas de Minas não são os mesmos. Além dos saberes que porventura venham a ser aprendidos, esses experimentos buscam o desenvolvimento da capacidade de ver, de maravilhar-se diante do mundo, de fazer perguntas e de pensar.

Tenho a esperança de que esses experimentos continuarão a pipocar, porque é neles que o meu coração se sente esperançoso.


Fonte: http://rubemalves.wordpress.com/